sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Dos comerciais de margarina à felicidade

A missão mais difícil do mundo é fazer alguém feliz.
Eu sou do tipo de gente que não sossega se não espalhar felicidade pelas pessoas que rodeiam (existe esse tipo de gente?), e não é bondade minha não, acho que é dependência: ou as pessoas que eu gosto estão felizes, ou eu não estou.
É assim da namorada ao amigo que eu quase não vejo. Eu bem queria que a minha felicidade fosse um tanto mais egoísta, só um tantinho, eu sei que seria saudável, mas não funciona assim.
E lá se vão megatons de energia dispensados na tarefa de arrancar sorrisos, de provocar bem-estar, de mostrar aos outros que a vida é melhor do que eu realmente acho que é. Será isso pecado? Talvez o problema seja justamente eu vender um produto em que não acredito muito, como a Xuxa passando monange, ou o sorriso feliz da família no comercial de margarina. Eu preciso mesmo achar motivos pra sorrir, sem me enganar pra poder convencer aos outros. Eu sei, não há formulas da felicidade, tristeza às vezes simplesmente não se explica, mas eu estou realmente disposto a estar feliz, porque acredito que felicidade tem muito mais de estar do que ser, em alguns casos.
Pode ser que o caminho seja mesmo aprender a dominar as vontades, algo como essa coisa meio budista que não envelhece, ou pode não haver caminho, vou eu na minha vã filosofia saber?
Acho que preciso aprender a inverter a corrente para a coisa dar certo, eu vou me sentir feliz pra conseguir isso das pessoas.
Quem sabe eu acerto, ou quem sabe eu entenda que viver é uma busca.