sexta-feira, 27 de abril de 2012

Poema de amor

Na língua
Portuguesa ou na sua
Eu tropeço
Passeio, trapaceio

Calo, ou falo
Ou pelo, vulva
Aperto
E rompo
a linha. O ponto
O hímen

Verso-inverso
        Verso-inverso
Imerso-inverso
            Inverso-imerso.

Depois da estrofe:
Pausa.
Reticência
Ou morte.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Num instante

O ar quente embaçava
os vidros do Peugeot
em frente ao supermercado.
O rádio devia tocar
ninguém ouviu.
Mas lembro
do gosto do beijo,
do perfume escondido atrás da orelha
e dos pelos
arrepiados da perna direita.
As gotas de chuva brilhavam
refletindo os faróis
pela Frei Serafim.



Caí

e sabia que ia dar nisso:
o amor é um precipício
muito bem sinalizado.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

As palavras o poeta

||Ao poeta Adriano Lobão Aragão||

Curtos versos
Pouca estatura
Pelúcia barba
Olhos de pingue pongue

O contradito desenredo de palavras
Será motivo
Dos sonhos das que sonham?

[Jaz aqui um verso]
Os sonhos
Movem os olhos de Adriano:

Pequeninos olhos
Ternos
Flutuantes.