quinta-feira, 7 de abril de 2011

Admito que perdi

A melhor forma de me abalar, para o bem ou para o mal, é com uma canção. Cante a música certa, recite letra, ou apenas a execute perto de mim e você controlará o meu humor, ou até mais que isso. Com uma música eu posso entrar em êxtase, posso ficar feliz, ficar irritado. Ontem o poder das músicas serviu para me deixar em pedaços.
O fim de um relacionamento é sempre doloroso. Há dias a dor me dói [para lembrar mais uma canção], e eu pensava, resolver isso, fosse qual fosse a solução encontrada, me aliviaria essa dor. Mero engano.
Eu achei, alguns anos atrás, que sabia amar. E eu acho que já soube mesmo. Durante algum tempo, eu consegui viver uma ligação afetiva tão intensa e tão profunda que contagiou a muitas pessoas, que causou inveja em outras, mas que, sobretudo, fez de mim e dela [acho que quem lê esse blog sabe de quem se trata] duas pessoas algo acima da mortalidade.
Eu vivi o amor mais bonito de que já tive notícia, um amor mais bonito do que o dos [muitos] livros que já li, mais bonito que o das [muitas] canções e poemas que ouvi e li. Acredite, o amor que eu vivi exaure a dimensão dos significados que somos capazes de atribuir a essa palavra.
E por que acabou, Éverton? Esse amor tão verdadeiro, tão maior que o mundo, acabou por quê?
Eu não sei dizer, eu juro que não sei. Eu sei que a culpa foi minha, porque foi em mim que isso aconteceu. E mesmo nem acho que acabou, pra citar uma canção, "o amor só mudou de cor, agora já tá desbotado, corra, lá vem a tristeza atirando pra todos os lados".
E as canções que ela cantou chorando pra mim ontem vão doer para o resto da minha vida, assim como as boas lembranças trarão uma mistura de felicidade e dor, com o passar do tempo, com uma dose cada vez maior de felicidade e cada vez menor de dor.
Eu "estou em milhares de cacos", mas como me ensinou um sábio eletricista, não se pode fazer a omelete sem quebrar os ovos. Acho que me quebrar não é um fim, é um passo para outra forma de ser.
Eu não sei como será a minha vida, ninguém o pode saber, mas também não faço questão.
Serei historiador de mim, e não penso em me julgar, mas sobre o que me aconteceu ontem, o que tenho a dizer:
Admito que perdi.

3 comentários:

iuli disse...

Não, você não perdeu. Você ganhou experiência, felicidades, amizade. Não deixe que as canções te derrubem, deixe que elas te mostrem o teu caminho. Estarei sempre aqui, você sabe onde me encontrar.

Fábio Leonardo disse...

Eu com Titãs, você com Marina Lima e tantas outras referências musicais. O fato é que músicas nos lembram coisas, e os amores estão entre as mais recorrentes.

Não conheço a pessoa a quem você faz referência, mas conheço a situação, semelhante à qual já vivi alguma coisa. E posso dizer que o fim de um relacionamento deixa muitas coisas, boas e ruins, mas a melhor e a mais certa de todas elas é a maturidade. Nada melhor do que olhar para trás e ver que você cresceu. O fim de um amor trás isso.

Estamos aí, seja para a academia, seja tergiversar. Abraços!

Isíssima disse...

Admito que perdi²