sexta-feira, 15 de maio de 2015

Imperativo

Transforma a tua dor em poesia
Tua solidão, em poesia
Transforma até, em poesia
As cores opacas do mundo
As crianças famintas do mundo
Há crianças famintas no mundo!
Lembra na tua poesia.

No entanto, ou todavia
Não transmutes a poesia
Essa que deve ter sido inventada
Pelo Pessoa ou de Andrade
Nos teus jogos de linguagem vazia
Num comboio de palavras
Desaconchegante e indiferente
Pois que a poesia é morada
[e é preciso pensar nisso seriamente]
De sentimentos
que não tem outra paragem.

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